Faço parte do grupo de professores recém concursados. Portanto,
considero-me novo na Escola de Teatro, embora velho, pois fui aluno do Curso de
Formação do Ator. Em seguida, como estudante da Faculdade de Filosofia e
Ciências Humanas, cursei uma disciplina optativa e convidado por Possi Neto
tornei-me seu assistente na inesquecível encenação de "A Casa de Bernarda Alba".
Foi aí que eu me aproximei de Hebe Alves, aluna e uma das atrizes. Quando fiz
"As Feras", último trabalho antes de seguir para São Paulo, Hebe estava no
elenco. Ao retornar, depois de muitos anos, Hebe e Deolindo me convidaram para
dirigir o XVI Curso Livre de Teatro, experiência que me fez reatar com o teatro.
Em todos os momentos, a presença de Hebe foi sempre a do artista que se mostra
apaixonado por sua arte e por ela se impõem no mundo. Como eu acredito que a
Escola de Teatro necessita de alguém que tenha uma profunda ligação com as artes cênicas, é
que eu apoio Hebe Alves para a direção. Não farei desta consulta um campo de
batalha, mas não posso trair meus princípios. Tenho profundo carinho e respeito
pela comunidade da Escola de Teatro, seus estudantes, seus técnicos, seus professores, mas o que eu quero, agora, é ver uma outra coisa. Sem nostalgia,
devemos olhar o passado e retirar dele aquilo que ficou como potência, o
irrealizado, as promessas. Quem esquece o passado não pode olhar para frente. Eu
quero seguir em frente... A alternância de pessoas e ideias é salutar para
qualquer instância de poder, já que a manutenção pode se tornar perigosa. Por tais motivos, a minha opção é pelo plano de trabalho apresentado por Hebe Alves.
domingo, 14 de outubro de 2012
segunda-feira, 8 de outubro de 2012
MUDANÇA DE CENA DIREÇÃO: HEBE ALVES: WAGNER MOURA FALA DE HEBE ALVES
MUDANÇA DE CENA DIREÇÃO: HEBE ALVES: WAGNER MOURA FALA DE HEBE ALVES: Wagner Moura Eu aprendi muito com Hebe. Fiz parte da fase final do Grupo Cereus, um grupo de pesquisa de linguagem que ela ma...
MUDANÇA DE CENA DIREÇÃO: HEBE ALVES: MARCOS BARBOSA FALA DE HEBE ALVES
MUDANÇA DE CENA DIREÇÃO: HEBE ALVES: MARCOS BARBOSA FALA DE HEBE ALVES: Marcos Barbosa O único caminho possível para uma escola de arte constrói-se através da arte. Sempre que pesa sobre nossas cabeças a ...
terça-feira, 15 de maio de 2012
Lançamento do Livro GILBERTO GIL: a poética e a política do corpo
Gilberto Gil: A
Poética e a Política do Corpo, de Cássia Lopes, impõe-se como uma das mais
atualizadas e definitivas leituras desse ícone da cultura brasileira, trabalho
que reúne experiência acadêmica, sensibilidade analítica e compromisso
político. A qualidade da abordagem justifica-se graças à nova configuração
assumida pela academia na atualidade, não se limitando a apontar a excelência
do trabalho de determinado autor, mas incorporando-a à imagem do intelectual,
do formador de opinião e do homem público. No atual cenário das artes, é
impossível descartar o modo performático como são concebidas e executadas as
obras, prevalecendo os recursos cênicos e a opção pela oralidade, ao lado da
atuação corporal, cotidiana e profissional dos intérpretes.
Nada mais justo do
que considerar a atuação do artista ao lado da do político, uma vez que o
projeto poético do compositor nunca abriu mão de seu compromisso com a
estetização da vida cotidiana, da exuberância e do entusiasmo pela conjunção
vanguardista entre arte e vida. O resultado da leitura assinada por Cássia, e
publicada pela editora Perspectiva, é a prova mais eficaz de um labor de
pesquisa que soube lidar com o arquivo musical de Gil, com sua presença na
mídia televisiva, jornalística e livresca, além de se valer de sofisticada
bibliografia teórica no campo da crítica cultural. Os anais da historiografia
musical brasileira irão, sem dúvida, se enriquecer com a reflexão e
sistematização contidas neste livro, uma das raras oportunidades de conjunção entre
sensibilidade ensaística e precisão documental.
Ao leitor, é
oferecido o privilégio de poder usufruir de uma reflexão que redimensiona
políticas identitárias e poéticas musicais, por meio da imagem de um dos mais
importantes e reconhecidos compositores de nosso tempo. Texto endereçado a um
público consciente da abertura disciplinar, visto não se sentir limitado a
interpretações de natureza apenas discursiva, mas voltado para questões cujo
patamar alcança a altura de suas aspirações políticas e culturais.
ENEIDA MARIA DE
SOUZA
Professora emérita
da UFMG
O que acontece quando uma pesquisadora criteriosa e competente se debruça sobre a obra, em sentido pleno, de um dos mais completos artistas da cultura popular brasileira? Surge um poderoso ensaio em que se misturam temas, nomenclaturas e contribuições que vão da crítica filosófica contemporânea às referências pontuais e poéticas retiradas da obra que se apresenta e discute. Tudo isto se mistura e vai além, gerando uma série de conceitos em atuação.
Comparecem ali
também elementos de diversas performances, trechos de canções que então se
organizam como base sutil para referências críticas bem claras. Nesse caso,
basta observar sugestões, intensamente semantizadas, síntese de procedimentos
poéticos como “purpurina”, “recaricaturar”, “refestança”, e dai por diante.
Utilizando concepções cartográficas, a autora consegue percorrer matrizes
culturais do compositor, que numa via de mão dupla passam a nos pertencer: Do
sertão ao mar, de Luís Gonzaga a Dorival Caymmi, das veredas do grande sertão
do Rosa (e quem dele escapa?) à Refavela, que não foge de Euclides e dos seus
Sertões. Céu e Inferno passam pelas lentes da representação, com sutileza e
sempre atenta à captação do gracioso trocadilho, o corpo reconsiderando, o
nosso grande tecido barroco dilatado, ibericidade e africanidade misturados que
nos envolvem e permeiam.
O livro de Cássia Lopes se faz uma referência
indispensável para uma travessia complexa e livre pela cultura brasileira, da
tradição às vertentes mais inovadoras e em registro transformador. Sua pesquisa
avança por vários segmentos da mídia, matérias jornalísticas, entrevistas e
depoimentos, comparecendo nesta cena atores fortes e ativos, parceiros e
dialogantes do artista.
Sorte de Gilberto Gil,
a de ter encontrado tão boa intérprete, capaz de trazê-lo para nós, ainda mais
vivo, intenso, uno e diverso e, sobretudo, dialogante pela graça de muitas
poéticas e de seus desempenhos.
JERUSA PIRES
FERREIRA
Professorado CJE/ECA/USP
e do
Programa de Pós-Graduação
em Comunicação e Semiótica da PUC/SP
sábado, 14 de abril de 2012
terça-feira, 27 de março de 2012
domingo, 29 de janeiro de 2012
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